terça-feira, 22 de novembro de 2016

Pescaria de Tilápias

Desde o dia 1º de novembro a pesca está fechada devido à piracema, período no qual os peixes sobem os rios para desovar. Porém para alguns peixes a pesca é liberada, são os peixes exóticos, introduzidos na bacia do Paranapanema. Entre eles estão alguns predadores, como o Tucunaré, Apaiari, Corvina e a Piranha Preta. Também são liberados a Tilápia e o Acará, também chamado de Porquinho em algumas regiões do Rio Tietê.

Aproveitando o momento, vou falar aqui sobre a pesca da Tilápia, um dos peixes mais consumidos no mundo. Tilápias são peixes da família dos Ciclídeos, a mesma do Tucunaré e do Acará, são originárias da África e foram introduzidas em águas da América do Norte e do Sul, e outras regiões do mundo, principalmente tropicais. É um dos principais peixes da região sudeste do Brasil, para a pesca artesanal e de subsistência, muito utilizados em pisciculturas e repovoamento de lagoas e represas.

Existem no Brasil 4 espécies, a Tilápia de Zanzibar (Sarotherodon hornorun), de cor escura e a mais resistente à baixos índices de O2; a Saint Peters, espécie criada em Israel, de coloração avermelhada; a Tilápia Rendali (Tilapia rendali), nativa do Rio Congo, pesa no máximo 1kg e muito encontrada em nossa região; e por último a espécie mais importante comercialmente, a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) que pode chegar até 5 kg.


As Tilápias são peixes que toleram temperaturas bem altas, e também muito baixas, se adaptam facilmente ao ambiente. Cardumes de Tilápia suportam temperaturas por volta de 50º em algumas regiões de África.

Tilápia do Nilo














Eu sempre pesquei Tilápias, seja em pesqueiros ou no Rio Paranapanema e na Represa Jurumirim, porém de uns anos pra cá não tenho ido atrás delas, buscando peixes como o Piau, a Piapara, o Tucunaré e a Traíra, porém nessa época a tilápia está bastante ativa.

Elas gostam de ficar em águas paradas, em locais rasos, nas beiradas, perto de estruturas e da vegetação espreitando os cardumes de camarões de água doce, ou Pitu, que é a melhor isca para pescá-las no Rio Paranapanema. Pergunte para qualquer pescador de Tilápia em Piraju e ele vai te dizer que o Camarão é a melhor isca. Esses camarões são facilmente capturados junto à vegetação das margens utilizando peneiras grandes. Porém com a pesca fechada, fica proibido também capturar o camarão. Sendo assim, outras boas iscas são o milho, minhoca, massa, ração, aleluia, içá, capim, bigato, tenébrio, que é uma larva de besouro etc. Dessas eu prefiro a aleluia, o milho e a minhoca. Por se tratarem de peixes onívoros, pegam em uma infinidade de iscas.

Nos pesqueiros a isca mais comum é a  massa, e ela deve ser bem mole, que pare no anzol mas que nas primeiras mordidas do peixe se disfaça, facilitando a fisgada, pois a Tilápia é um peixe manhoso, que costuma segurar a isca na boca e dar uma recuada, e nesse momento ela larga a isca se sentir a linha pesada.

Na pesca com iscas artificiais, são capturadas com pequenos plugs de superfície e meia-água, spinners e varejeiras. No Fly pegam numa infinidade de iscas que imitam insetos e moscas.

Certa vez, pescando traíras, utilizando um plug de meia água de 10 cm, me deparei com um casal de tilápias grandes, fiquei passando o plug na frente delas, e depois de alguns arremessos, eis que o ataque aconteceu e capturei uma bela Tilápia rendalli por volta de meio quilo, pareceu que ela atacou de raiva. Foi a única Tilápia que capturei na artifical até hoje, pois é um peixe que quando pesco, utilizo sempre iscas naturais.


Tilápia Rendali, a mais encontrada no Rio Paranapanema.















As Tilápias quando capturadas brigam bem, são esportivas e valentes.
Costumo utilizar varas telescópicas de 3,5m à 4,5 metros, também pesco com vara de 6 a 15 lb e molinete de ação leve.

Os anzóis que eu utilizo são o Chinu do nº 3 ao 5, também utilizo o Maruseigo 14 ou 16; meu pai prefere pescar com anzol com haste um pouco mais longa, pois segundo ele facilita ao iscar o camarão, e os anzóis mais finos deixam o camarão melhor iscado; utilizo linhas de monofilamento variando de 0,20mm à  0,30mm; as boias são muito importantes. Em pesqueiros, às vezes, utilizo a boia a um palmo do anzol, pescando com ração, mas quase sempre pesco no fundo com massa.

Na represa Jurumirim, pescando com varas telescópicas, algumas vezes utilizei aleluia como isca, com a boia também a um palmo do anzol, quando as Tilápias estão batendo na superfície, e consegui algumas capturas, mas na maioria das vezes eu pesco no fundo com camarão, milho ou minhoca, utilizando uma chumbadinha pequena, regulando a altura da bóia de maneira que fique adequada com a profundidade do local. Gosto de utilizar camarões pequenos, que devem ser iscados passando o anzol do rabo para a cabeça, segundo meu pai, os camarões grandes dificultam a fisgada, pois como a Tilápia costuma morder a cabeça  fica difícil dela chegar na ponta do anzol, roubando metade do camarão.
Pratique o pesque e solte, preserve os rios, não jogue lixo em suas beiradas.

Grande abraço a todos, obrigado pela visita.